O Brasil perdeu 2 pontos no índice de percepção da corrupção (IPC) no ano de 2023 e caiu 10 posições no ranking, apontam dados da Transparência Internacional (TI). Com 36 pontos, o Brasil ficou na 104ª colocação entre os 180 avaliados e ficou atrás de nações como Argentina, Belarus, Etiópia e Zâmbia.
Foi a primeira queda do país no índice após 5 anos. Os 36 pontos alcançados em 2023 colocam o Brasil abaixo da média global do índice (43 pontos), da média para as Américas (43 pontos) e da média dos BRICS (40 pontos) — e ainda mais distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da OCDE (66 pontos).
Segundo a Transparência Internacional, o país “falhou em recuperar essenciais para enfrentar a corrupção”, pois o governo do ex-Presidente da República, de 2019 a 2022, “deixaram a lição de como, em poucos anos, podem ser destruídos os marcos legais e institucionais anticorrupção que o país levou décadas para construir”.
A ONG diz que o primeiro ano do novo governo “deixa a lição de como é (e ainda será) desafiadora a reconstrução”. “De modo geral, o novo governo vem falhando na reconstrução dos mecanismos de controle da corrupção e, junto deles, do sistema de freios e contrapesos democráticos”.
Em nota, a Controladoria-Geral da União (CGU) disse que “trabalha diariamente para identificar e corrigir riscos de corrupção em políticas públicas, contratações e outras ações do Estado”. O órgão de controle afirmou que, ao divulgar o índice, a Transparência Internacional “reconheceu importantes avanços no âmbito do controle social, da transparência e do acesso à informação”.
Mas, ponderou também que “estudos internacionais discutem as limitações metodológicas de índices baseados em percepção, por isso seus resultados devem ser vistos com cautela”.
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